Por que escolhemos o nome Islamic Passport?
"Enquanto o selo ‘halal’ foca em produtos, o Islamic Passport foca em pessoas, instituições e relações de confiança. É uma camada de identidade e reputação para a economia islâmica global, capaz de integrar fintechs, web3, governança comunitária e impacto social em escala."
O nome de um projeto não é um detalhe cosmético. No caso do Islamic Passport, ele comunica de forma direta o escopo, a identidade e a ambição da plataforma. Por isso, a escolha entre “Islamic Passport” e “Halal Passport” não é apenas terminológica – ela muda a forma como a comunidade, as instituições e o mercado entendem o que está sendo construído.
Islamic ≠ Halal: mais que consumo, é identidade
No imaginário comum, a palavra halal está ligada principalmente a alimentos, abate e certificações de consumo. Já o termo Islamic remete a algo mais amplo: religião, ética, civilização e pertencimento à Ummah.
- Halal descreve se algo é permitido ou não dentro de regras específicas.
- Islamic descreve um sistema de vida, uma visão de mundo e uma identidade coletiva.
Como o projeto não é um guia de restaurantes nem um selo de produtos, mas sim uma infraestrutura de identidade e reputação, o nome precisa refletir esse horizonte mais amplo.
O que o Islamic Passport realmente faz
O Islamic Passport nasce para responder a desafios de:
- identidade de pessoas e entidades islâmicas;
- reputação e confiança em relações pessoais e comerciais;
- validação mútua entre indivíduos, instituições e projetos;
- ética nas relações econômicas, inspirada na tradição islâmica;
- registro de histórico confiável, com apoio de tecnologias como blockchain;
- preservação da honra (ḥifẓ al-ʿirḍ) e da credibilidade dentro da comunidade.
Esses elementos pertencem ao campo da ética islâmica, da governança comunitária e da economia islâmica, não apenas à conformidade halal. Por isso, “Islamic Passport” descreve melhor o papel da plataforma do que “Halal Passport”.
Evitando mal-entendidos: por que não “Halal Passport”?
Se o projeto se chamasse “Halal Passport”, a associação imediata seria:
- um app para encontrar restaurantes halal;
- um sistema de certificação de alimentos;
- um selo de conformidade para produtos específicos.
Isso limitaria o entendimento do projeto e criaria um descompasso entre o nome e a proposta real. O Islamic Passport não quer apenas dizer “isso é permitido”, mas responder à pergunta “em quem podemos confiar?” dentro da Ummah.
Conexão com instituições e economia islâmica global
Ao usar o termo “Islamic”, o projeto se aproxima da linguagem já empregada por:
- Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) e outras instâncias internacionais;
- bancos e finanças islâmicas, que falam em Islamic finance e não em halal finance;
- iniciativas de governança islâmica, conselhos de sábios e entidades comunitárias;
- projetos de tecnologia e inovação orientados por princípios islâmicos.
Isso facilita o diálogo com organizações que enxergam o Islamic Passport não como mais um selo de produto, mas como uma camada de identidade e confiança que pode integrar:
- fintechs islâmicas;
- soluções web3 e blockchain compatíveis com Shariah;
- redes de entidades e comunidades locais;
- modelos de governança baseados em waqf, cooperativas e estruturas comunitárias.
Uma marca para pessoas, não apenas para coisas
Do ponto de vista da marca:
- “Halal” é um rótulo aplicado a coisas (produtos, serviços, operações);
- “Islamic” é uma qualificação aplicada a pessoas, instituições e sistemas.
Como o Islamic Passport lida com pessoas, honra, trajetória e relações de confiança, a marca precisa comunicar essa dimensão humana e comunitária.
Por isso, a plataforma se apresenta como “Islamic Passport” – um passaporte simbólico que representa não apenas o que um muçulmano consome, mas como ele vive, se relaciona e se responsabiliza perante a Ummah.
Conclusão
Escolher o nome correto é parte da própria arquitetura ética do projeto. Ao adotar Islamic Passport, afirmamos que o foco está em:
- fortalecer a confiança entre muçulmanos e entidades islâmicas;
- apoiar relações econômicas e sociais alinhadas com a ética islâmica;
- oferecer uma infraestrutura de identidade e reputação com alcance global;
- criar pontes entre comunidade, instituições e tecnologia.
Mais do que um selo de permissão, o Islamic Passport é um espaço de reconhecimento, confiança e pertencimento dentro da Ummah, preparado para dialogar tanto com a base comunitária quanto com o ecossistema de inovação e investimento islâmico ao redor do mundo.